quarta-feira, setembro 19, 2007

Em memória da Dra. Ofélia

No dia 14.09 soube do falecimento da Drª. Ofélia e, nesse momento, apoderou-se de mim uma profunda tristeza como se tratasse de alguém que conhecia bem ou que alguma vez tivesse prestado cuidados aos meus filhos enquanto permaneceram na UCERN. Nem uma coisa nem outra. Quando lá estive, fui apenas uma sua observadora atenta. Comungo do sentimento dos que viam nela uma "força viva do exercício da medicina", direi mesmo, dos que viam nela "o rosto da Medicina". Era uma mulher aparentemente "mal-humorada", no que percebi ser o seu modo de se proteger das " fitas " dos adultos para se entregar completamente aos "seus meninos". Os mimos eram sempre para eles... cheguei a ouvi-la falar e, vendo que ninguém estava à beira dela, "dialogava" com o pequenito de quem cuidava no momento. À vista de todos era, sem margem para dúvidas, uma Médica obstinada em agarrar aqueles pequenitos à vida. Dizem-me que alguns lhe devem a vida. Acredito que serão mesmo muitos. À Drª. Ofélia foi dado o dom do exercício da Medicina... ironia do destino, aquela que lhe faltou quando ela mais precisou... Onde quer que esteja, o meu desejo é o de que descanse em paz.

Lurdes Silva



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