O convite para participar foi-me feito por uma pessoa que, segundo pude observar nos 84 dias de estadia no “Hotel UERN”, tem uma vida cheia de actividade desportiva, não se limitando apenas a vivê-la, como também a arrastar com ela, tantas outras quanto conseguir.
Perante o convite não hesitei, porque apesar de a minha bebé estar internada, não deixei de olhar para o dia de amanhã com a mesma fé, esperança e força de sempre, sabendo que, num futuro muito próximo também a pequena Leonor me acompanhará nestas “andanças”.
Desde o dia em que aceitei o convite que resolvi, também eu, angariar mais algumas participantes para aquela que seria a 4ª edição da Corrida da Mulher. As circunstâncias em que todas nos conhecemos não foram as mais agradáveis (e ainda mais no caso das mães de bebés internados), mesmo assim não deixámos de apoiar aquelas que lutaram, ou as que ainda lutam contra uma partida que a vidas lhes pregou – o cancro da mama.
No dia 31 de Maio, à hora combinada, lá estávamos nós. Lisboa vestiu-se de t-shirt roxa e boné cor-de-rosa e saiu para a rua para apoiar uma causa tão nobre.
Quando chegámos ao local combinado (Vela Latina), deparei-me com muitas mulheres que mostravam bem o nosso espírito solidário, prontas para caminhar à beira-rio, abraçando o desafio de apoiar numa manhã de bastante calor. Antes de nos dirigirmos para a meta, percurso que seria feito no autocarro da Carris, ainda podemos confraternizar um pouco com as restantes participantes e, ate mesmo, “forrar o estômago” com um pequeno-almoço que ajudaria na caminhada (foi o meu caso!).
A viagem foi consideravelmente curta e quando chegámos ao local da partida (em Santos, nas traseiras do restaurante “Kais”), o cenário era deslumbrante, a avenida estava literalmente vestida da cor da solidariedade: o roxo. Muito antes das 10 h, já muitas mulheres se tinham deslocado à partida para o aquecimento.
Até o sol quis participar na corrida. Vestiu-se de t-shirt roxa e boné cor-de-rosa e resolveu, também ele, inscrever-se na corrida e acompanhar todas as mulheres que abraçaram esta causa tão nobre.
Ao longo do percurso, pudemos pôr a conversa em dia, intervalando com uns “goles” de água fresca e ouvir as bandas que se encontravam em vários pontos. A caminhada fez-se bem e, rapidamente atravessámos a meta (junto à Torre de Belém), e recebemos a medalha que nos congratulou, com um ponto solidário, no meio de outros 14499 pontos.
Depois, no fim da caminhada, pudemos comer um belo geladinho, fresquinho, para refrescar e podermos continuar a sessão fotográfica e registar o nosso último momento em grupo, antes de dispersarmos cada um para o seu destino (mesmo assim não encontrámos algumas pessoas do nosso grupo).
No fim da corrida, separámo-nos. Eu voltei à UCERN para passar o dia com a minha bebé e algumas enfermeiras também voltaram à UCERN, para assumirem o turno da tarde.
Posso dizer que esta foi a 1ª de muitas Corridas da Mulher, em que vou participar. Adorei o onvívio, o exercício, alegria e principalmente ver no rosto de muitas mulheres o orgulho de Ser Mulher, ao abraçarmos uma causa tão nobre: a luta contra o cancro da mama.
O principal objectivo desta iniciativa era angariar fundos para a compra de aparelhos de rastreio do cancro da mama, mas não posso deixar de salientar que foi, sem dúvida, um bom momento desportivo, lúdico e solidário acima de tudo.
A todas as mulheres: Parabéns! Porque conseguiram estar à altura e, de uma forma saudável, contribuíram para ajudar esta causa e, espero vivamente que, no próximo ano, o número de participantes seja ultrapassado e que eu esteja de novo no grupinho.
Ana Marta Silva